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como fazer um reator de calcio ?

Se você quer mostrar um projeto seu o local certo é esse, abuse das explicações e fotos.
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andregenerique11
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como fazer um reator de calcio ?

#1 Mensagem por andregenerique11 »

se é que tem como amigos, se alguem poder me ajudar queria saber como fazer e como funciona um reator de calcio
vlww obrigado desde já abraços

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Frederico Ramos
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Re: como fazer um reator de calcio ?

#2 Mensagem por Frederico Ramos »

Recomendo a leitura do texto abaixo para você entender como funciona um reator de cálcio.

abraço
Frederico Ramos


Mas afinal o que é mesmo um reactor de cálcio?

O reactor de cálcio é, basicamente, um equipamento que pode ser aplicado externamente a qualquer aquário de recife. Irá enriquecer a água do aquário repondo os iões de cálcio e carbonatos que são consumidos no processo biológico de crescimento dos corais e de outros animais com estrutura calcária, bem como no caso da alga coralina.

O reactor de cálcio não é um sistema de doseamento que adiciona água ou qualquer tipo de aditivos ao aquário. Trata-se simplesmente de um dispositivo no qual é forçada a entrada de água proveniente do aquário, água essa que é obrigada a circular no seu interior para enriquecer o seu efluente e depois regressa ao aquário a gotejar, aumentando e/ou mantendo os níveis dos parâmetros já referidos. Trata-se de um processo contínuo, ou seja, num período de 24 horas acabarão por passar muitos litros pelo reactor.



Como é que funciona um reactor de cálcio?

O reactor de cálcio funciona através da injecção controlada de pequenas quantidades de CO2 na câmara cilíndrica do próprio reactor, saturando o fluxo lento de água com CO2, o que faz o pH do efluente baixar para valores inferiores a 7, idealmente 6,5 ou 6,6 na maioria dos reactores e matérias de cálcio actualmente utilizadas. Este meio ácido provoca a dissolução lenta de aragonite, que é fundamentalmente carbonato de cálcio. Esta dissolução do carbonato de cálcio gera uma libertação de iões de cálcio e carbonatos, assim como de pequenas quantidades de vários elementos, como estrôncio, magnésio e ferro, tornando as suas adições manuais ao aquário praticamente desnecessárias! Uma vez a utilizar um reactor destes, o único eventual aditivo a utilizar será o iodo. A utilização de um reactor de cálcio não invalida a necessidade de medirmos alguns parâmetros da água, já que a composição dos materiais de cálcio utilizados em reactores varia entre diferentes marcas (ver artigo Magnésio em Aquários de Recife de Randy Holmes-Farley). A utilização de um reactor de cálcio poderá, inclusive, em alguns casos, dispensar a adição de kalkwasser e dispensará, com certeza, a utilização de outros aditivos de cálcio, incluindo os de duas partes (cálcio e alcalinidade). A única vantagem da utilização de kalkwasser em simultâneo com um reactor de cálcio será a elevação do pH da água, neutralizando o excesso de CO2 e eventual redução que o caudal que retorna do reactor possa gerar no pH do aquário.



Porque é que hei-de adquirir um reactor de cálcio quando existem outros meios de reposição de cálcio mais baratos?

É bem verdade que um reactor de cálcio poderá ser um investimento inicial bastante elevado, mas se mantemos um grande aquário de recife este investimento é rapidamente recuperado. Um grande aquário com muitos corais, principalmente duros, rapidamente deixa de conseguir satisfazer o seu consumo de cálcio e alcalinidade através da simples dosagem de kalkwasser, mesmo mantendo níveis muito elevados de evaporação. Perante este facto, o aquariofilista passa a repor estes elementos através de aditivos de duas partes, o que para um grande ou médio aquário pode tornar-se muitíssimo dispendioso e, í medida que os corais e população de seres vão crescendo, maiores se vão tornando as necessidades de aditivo, gastando-se muito dinheiro neste tipo de produtos. Por outro lado, alguns destes produtos geram subidas repentinas do pH que podem, em muitos casos, provocar precipitações de carbonato de cálcio, gerando-se outros problemas e obtendo-se o efeito contrário ao pretendido. Além de que contribuem a médio e longo prazo para aumentar a salinidade da água. A utilização de produtos independentes de cálcio e alcalinidade (por exemplo, í base de cloreto de cálcio e bicarbonato ou carbonato de sódio) poderá ser uma opção mais barata mas gera, na grande maioria dos casos, desequilíbrios iónicos na água e uma distorção dos elementos químicos da água salgada, mantendo-se o problema da elevação da salinidade (cloreto de sódio). Já o reactor de cálcio não apresenta estes problemas, pois tem um correcto equilíbrio iónico e não gera aumentos de salinidade. O reactor também abastece cálcio e alcalinidade de forma contínua, enquanto os aditivos são geralmente utilizados numa base periódica, provocando alterações mais ou menos repentinas nos níveis de Ca, pH e dKH, podendo estas criar algum stress nos seres vivos.

Os reactores de cálcio têm a vantagem de manter o cálcio e a alcalinidade mais elevados e mais estáveis do que quaisquer outros produtos existentes. Este benefício provoca uma maior expansão dos pólipos dos corais, assim como um mais rápido crescimento.

Apesar de poderem ser sistemas complementares, vamos fazer aqui uma comparação entre a simples dosagem de kalkwasser e a utilização de um reactor de cálcio:

* A kalkwasser tem um pH de 12 e exerce uma influência muito grande na elevação do pH do aquário, principalmente se for doseada de forma excessiva num curto espaço de tempo. O pH do aquário deverá ser monitorizado frequentemente aquando da dosagem de kalkwasser para que não ocorram alguns dissabores. Um reactor de cálcio tende a reduzir ligeiramente o pH de um aquário mas, se for bem regulado, esta descida não é significativa, além de que o pH tende a ficar mais estável, dada a elevação da alcalinidade. Alguns aquariofilistas utilizam os dois sistemas para manter um pH mais perto do ideal.
* A kalkwasser pouco ou nada faz para manter o cálcio e a alcalinidade num grande aquário de recife com muitos SPS, tornando-se necessário recorrermos a outros aditivos. Com um reactor de cálcio, podemos pôr de lado a utilização desses aditivos.
* A kalkwasser obriga a possuir um depósito que ocupa espaço e a trabalhos forçados periódicos de enchimento do mesmo e mistura com hidróxido de cálcio. Ou então a possuir um reactor Nielsen (ou reactor de kalkwasser) onde deverá ser introduzido hidróxido de cálcio regularmente. O reactor de cálcio praticamente não necessita de manutenção, apenas algum ajustamento esporádico da regulação do CO2 e do fluxo de água.
* Na adição de kalkwasser estamos dependentes dos níveis de evaporação do aquário, enquanto que com um reactor de cálcio não existe qualquer relação com a evaporação.
* A utilização de kalkwasser está associada a uma maior acumulação de cristais de carbonato de cálcio em bombas, termóstatos, vidros, etc. do que com a utilização exclusiva de um reactor de cálcio.



É importante realçar que a qualidade do granulado de cálcio utilizado no reactor determina que elementos são adicionados ao aquário e em que proporções. Se for uma aragonite de fraca qualidade, podemos estar a introduzir fosfatos na água. Pelo contrário, se for de boa qualidade, poderá contribuir para a precipitação de fosfatos.



É muito complicado regular um reactor de cálcio?

Não é nada complicado, mas convém saber alguns princípios fundamentais. O output do reactor deverá ser a libertação de regresso í sump (ou aquário) de um fluxo gota-a-gota rico em cálcio e com níveis de alcalinidade que rondam os 30 a 40 ºdKH, dependendo do tipo de reactor e da regulação específica do dióxido de carbono e fluxo do output. Mede-se geralmente a alcalinidade porque é o teste mais simples e barato de efectuar. Podemos medir também o pH í saída, sendo que este deverá encontrar-se entre 6,5 e 6,6. Contudo, é mais fiável medir o pH dentro do próprio reactor, pois se se tratar de um reactor de câmara dupla, o pH poderá estar um pouco mais elevado í saída. Actualmente, existem reactores que permitem a introdução de uma sonda de pH de modo a fornecerem uma medição permanente.

Mas voltemos í regulação do reactor. Tem duas hipóteses para regulá-lo: a quantidade de água que sai (e portanto, a que entra também) e a quantidade de CO 2 injectado.

O fluxo de água é regulado normalmente por uma válvula í entrada do reactor, sendo que em alguns reactores é í saída do mesmo. Normalmente as instruções que acompanham o reactor indicam um fluxo ideal para início de funcionamento. Se não for o caso, comece com duas gotas por segundo. Os efeitos de regulação do fluxo de água são os seguintes:
Aumento do número de gotas Aumenta o pH dentro do reactor.Fluxo í saída tem menores níveis de cálcio e alcalinidade dissolvidos.Turnover superior (mais água do reactor a chegar ao aquário).
Redução do número de gotas Reduz o pH dentro do reactor.Fluxo í saída tem maiores níveis de cálcio e alcalinidade dissolvidos.Turnover inferior (menos água do reactor a chegar ao aquário).



A botija de CO2 deverá ter um regulador de alta precisão. A maior parte dos reactores já vem com um conta-bolhas. Trata-se de um pequeno cilindro cheio de água e por onde irão passar as bolhas de CO2. Desta forma, poderemos contar o número de bolhas e regular o seu ritmo ajustando no regulador de CO2 que se encontra ligado í botija. Se não tiver instruções em contrário, regule o CO2 para uma bolha por segundo.

Os efeitos de regulação das bolhas de CO2 são os seguintes:
Aumento do número de bolhas Reduz o pH dentro do reactor.Fluxo í saída tem maiores níveis de cálcio e alcalinidade dissolvidos.O pH í saída do reactor reduz também.
Redução do número de bolhas Aumenta o pH dentro do reactor.Fluxo í saída tem menores níveis de cálcio e alcalinidade dissolvidos.O pH í saída do reactor aumenta também.





Não convém reduzir demasiado o pH dentro do reactor, pois além de poder baixar perigosamente o pH do próprio aquário, pode destruir a aragonite dentro do reactor, dissolvendo-a demasiado depressa e deixando-a com um aspecto lamacento, pelo que terá de ser posteriormente substituída.

Quando fizer ajustamentos, faça-os pequenos e efectue as medições do caudal após várias horas, pois o efeito dos ajustamentos não é imediato. O importante é conseguir os valores atrás identificados no fluxo í saída.

De longe a longe deverá repor no reactor a aragonite que vai sendo consumida. No que respeita í botija de CO2, esta também deverá ser enchida quando esvaziar. Como referência, a minha botija de 2 kg é enchida uma vez em cada três meses, sendo que o custo de enchimento para esta botija, dependendo do local ou loja, pode variar entre 10 e mais de 50 euros.



Mecanismos periféricos de um reactor de cálcio

Como mencionado atrás, em muitos reactores pode estar ligada uma sonda de pH, a qual poderá estar ligada a um controlador de pH. Por sua vez, este controlador de pH está ligado a uma válvula solenóide que corta ou permite a passagem de CO2 da botija para o reactor de cálcio. Ao programar o controlador para, por exemplo, um pH de 6,5, a válvula solenóide cortará o CO2 ao reactor assim que o pH baixar de 6,5, voltando a abrir a passagem assim que o pH voltar a subir. Apesar de facultativo, é um modo eficaz e seguro de manter um reactor de cálcio em funcionamento. O aquariofilista só terá de se preocupar com o fluxo de saída do reactor.

A válvula solenóide é um instrumento importante, mesmo na ausência de um controlador de pH, pois assegura o corte de CO2 em casos de falha de corrente eléctrica ou permite ligar a um temporizador caso se pretenda que o reactor funcione apenas durante o dia, por exemplo.

Já existem vários reactores no mercado que possuem uma válvula solenóide de série.

Outros dispositivos específicos de alguns modelos incluem sistemas de recirculação interna de CO2 e micro-filtros mecânicos í entrada do reactor. Lembre-se que o investimento num reactor de cálcio implica a compra de uma botija de CO2, manómetros, regulador e os outros dispositivos atrás mencionados, quando não façam parte do próprio reactor.



Porque é que devo instalar um reactor de cálcio?

Os habitantes do nosso aquário de recife merecem a devida atenção, sendo que a replicação do seu habitat natural será o mínimo que lhes podemos oferecer. Um reactor de cálcio ajuda-nos a conseguir atingir esse objectivo, pelo menos no que respeita ao equilíbrio e estabilidade química de um aquário. Mais cedo ou mais tarde, vai instalar um reactor destes, até porque se já se deixou contagiar pelo aquário de recife é porque já tem ou vai montar um aquário maior. Caso não efectue este investimento, ao escolher os seres para o seu aquário tenha em atenção esse facto, incluindo os custos que terá de reposição de cálcio e alcalinidade.

O reactor de cálcio é, portanto, um sistema simples e barato a longo prazo para adicionar cálcio e alcalinidade, mantendo estes parâmetros estáveis e elevados onde são mais precisos – num aquário de recife. Por algum motivo, os viveiros de propagação de corais utilizam reactores de cálcio nos seus tanques de crescimento...

Numa próxima edição continuaremos esta secção com outros mecanismos e automatismos para grandes aquários. Até lá, pense em GRANDE.



Texto: João Cotter

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