Academias de ciências se unem para salvar oceanos
Enviado: 05 Ago 2009, 19:07
Academias de ciências se unem para salvar oceanos
Especialistas de 70 países sugerem cortes de CO2 para desacelerar a acidificação mortal
http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/academias_de_ciencias_se_unem_para_salvar_oceanos.html
Em recente declaração conjunta, peritos das academias de ciências de 70 nações advertiram que as emissões de dióxido de carbono (CO2) tornam os oceanos da Terra cada vez mais ácidos e ameaçam recifes de corais e a indústria pesqueira.
O efeito poderá ser irreversível por milhares de anos, relata o documento dirigido aos países participantes das negociações climáticas da ONU, realizadas em maio, em Bonn, na Alemanha. Os especialistas querem uma redução de pelo menos 50% da produção global de CO2 até 2050, em relação aos níveis de 1990, e com cortes adicionais posteriores.
Sem uma ação como essa, as consequências serão graves, alertam os cientistas. “Modelos elaborados com os índices atuais sugerem que todos os recifes e ecossistemas polares serão drasticamente afetados até 2050, ou eventualmente antes disso”.
Outros cálculos climáticos citados no documento indicam que com os atuais níveis de CO2, até 2060, 80% das águas do Ártico poderão começar a corroer moluscos bivalves, pterópodes (moluscos microscópicos) e outras espécies que vivem na base da cadeia alimentar polar. Se o nível de CO2 na atmosfera chegar a 550 partes por milhão (concentração atual é de 387 ppm), as formações coralinas poderão se dissolver globalmente.
Para os seres humanos, o declínio na produção pesqueira mundial, resultante da acidificação, provavelmente provocaria um grande impacto.
Os cientistas já começaram a documentar como o aumento dos gases de efeito estufa provoca mudanças nos oceanos da Terra. Desde o século 17, os mares já absorveram cerca de um terço do CO2 produzido pelo homem. Isto fez com que as águas ficassem 30% mais ácidas que eram antes da expansão mundial de indústrias, veículos, aviões e outras máquinas que queimam combustíveis fósseis.
Pesquisadores acreditam que a alteração química será um grande problema para moluscos e crustáceos, corais e outras formas de vida marinha que desenvolvem conchas duras, feitas de um mineral calcário, ─ carbonato de cálcio. Se as águas oceânicas se tornarem ácidas demais, o crescimento dessas espécies poderá ser severamente afetado. As águas ácidas poderão dissolver as conchas, mais rapidamente que os animais conseguem reconstruí-las.
Martin Rees, presidente da Royal Society, advertiu que a acidificação marinha poderá levar a “uma catástrofe subaquática” se não houver cortes significativos nas emissões mundiais de CO2.
“Os efeitos serão observados no mundo todo; a garantia do abastecimento alimentar será ameaçada; a proteção de áreas costeiras diminuirá; e as economias locais menos capazes de tolerar as alterações também serão afetadas. Copenhague precisa tratar dessa ameaça real e grave”, observa Rees, referindo-se ao encontro internacional sobre clima, marcado para dezembro, na capital dinamarquesa.
Especialistas de 70 países sugerem cortes de CO2 para desacelerar a acidificação mortal
http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/academias_de_ciencias_se_unem_para_salvar_oceanos.html
Em recente declaração conjunta, peritos das academias de ciências de 70 nações advertiram que as emissões de dióxido de carbono (CO2) tornam os oceanos da Terra cada vez mais ácidos e ameaçam recifes de corais e a indústria pesqueira.
O efeito poderá ser irreversível por milhares de anos, relata o documento dirigido aos países participantes das negociações climáticas da ONU, realizadas em maio, em Bonn, na Alemanha. Os especialistas querem uma redução de pelo menos 50% da produção global de CO2 até 2050, em relação aos níveis de 1990, e com cortes adicionais posteriores.
Sem uma ação como essa, as consequências serão graves, alertam os cientistas. “Modelos elaborados com os índices atuais sugerem que todos os recifes e ecossistemas polares serão drasticamente afetados até 2050, ou eventualmente antes disso”.
Outros cálculos climáticos citados no documento indicam que com os atuais níveis de CO2, até 2060, 80% das águas do Ártico poderão começar a corroer moluscos bivalves, pterópodes (moluscos microscópicos) e outras espécies que vivem na base da cadeia alimentar polar. Se o nível de CO2 na atmosfera chegar a 550 partes por milhão (concentração atual é de 387 ppm), as formações coralinas poderão se dissolver globalmente.
Para os seres humanos, o declínio na produção pesqueira mundial, resultante da acidificação, provavelmente provocaria um grande impacto.
Os cientistas já começaram a documentar como o aumento dos gases de efeito estufa provoca mudanças nos oceanos da Terra. Desde o século 17, os mares já absorveram cerca de um terço do CO2 produzido pelo homem. Isto fez com que as águas ficassem 30% mais ácidas que eram antes da expansão mundial de indústrias, veículos, aviões e outras máquinas que queimam combustíveis fósseis.
Pesquisadores acreditam que a alteração química será um grande problema para moluscos e crustáceos, corais e outras formas de vida marinha que desenvolvem conchas duras, feitas de um mineral calcário, ─ carbonato de cálcio. Se as águas oceânicas se tornarem ácidas demais, o crescimento dessas espécies poderá ser severamente afetado. As águas ácidas poderão dissolver as conchas, mais rapidamente que os animais conseguem reconstruí-las.
Martin Rees, presidente da Royal Society, advertiu que a acidificação marinha poderá levar a “uma catástrofe subaquática” se não houver cortes significativos nas emissões mundiais de CO2.
“Os efeitos serão observados no mundo todo; a garantia do abastecimento alimentar será ameaçada; a proteção de áreas costeiras diminuirá; e as economias locais menos capazes de tolerar as alterações também serão afetadas. Copenhague precisa tratar dessa ameaça real e grave”, observa Rees, referindo-se ao encontro internacional sobre clima, marcado para dezembro, na capital dinamarquesa.